sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

O Futuro começa agora



 Segundo pesquisas recentes do IBGE, a população acima de 30 anos cresceu para 56,1% em 2021- superando todas estimativas para a década. Naquele ano de 2021 foi registrado que 26,5% da população se encontrava acima dos 50 anos, sabemos que esse percentual tende a crescer ainda mais.

Em documento editado pelo IPEA,TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 858–2002, Ana Maria Camarano já alertava:

“As aposentadorias desempenham um papel muito importante na renda dos idosos e essa importância cresce com a idade. Pode-se concluir que o grau de dependência dos indivíduos idosos é, em boa parte, determinado pela provisão de rendas por parte do Estado. Como uma parcela importante da renda familiar depende da renda do idoso, sugere-se que quando se reduzem ou se aumentam benefícios previdenciários, o Estado não está simplesmente atingindo indivíduos, mas uma fração razoável dos rendimentos de famílias inteiras. Enquanto apenas 8% da população brasileira era idosa em 1998, em 26% das famílias brasileiras podia-se encontrar pelo menos um idoso.”

Camarano apresenta dados de 1998, quando a população idosa era de 8%; um grande contraste com nossa realidade contemporânea. Apresenta também outro alerta: A questão da necessidade de provisão do Estado, fator determinante ao sustento das famílias cada vez mais mantidas por idosos aposentados. Sendo assim temos que o INSS tem sua receita gradativamente minorada enquanto o número de aposentados cresce. Aposentados que hoje, felizmente, sobrevivem até idades mais longevas. Temos aqui a inversão da teoria Malthusiana que defendia a ideia de que a população deveria conter o crescimento, reduzindo a prole, para garantir a alimentação de todos sem esgotar os recursos naturais que ficariam cada vez mais escassos. Na previdência temos a inversão desta lógica pois o que mantém o caixa é justamente a contribuição dos jovens em idade produtiva e contribuinte no mercado formalizado de trabalho, com os devidos percentuais de seus salários.

Temos então que a questão da empregabilidade traz um impacto que vai muito além da sobrevivência das jovens famílias, mas sim toda uma consequência cada vez mais urgente para o equilíbrio previdenciário. Precisamos incluir o jovem no mercado de trabalho, o quanto antes e com os melhores salários possíveis. Só existe uma solução para essa situação. Proporcionar um ciclo virtuoso de crescimento econômico através da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL.

Profissionais qualificados trazem benefícios à produção, são melhor capacitados a lidar com novas tecnologias, propensos às contribuições criativas e inovadoras, principalmente os atuantes em atividades técnicas e profissionais; não somente os acadêmicos que apesar de ofertar uma contribuição fundamental à nação, ingressam no mercado tardiamente, exigindo um grande investimento em tempo e trabalho para iniciar a produção científica (Nem por isso, menos estratégica).

Neste momento de crise entendo que o Sistema “S”, em especial o SENAI que desenvolve cursos técnicos, de qualificação e de aprendizagem industrial tem papel estratégico fundamental. Com sua experiência de mais de 80 anos de existência sempre se renovando. Com sua metodologia pedagógica de aprendizado orientada por projetos, através de metodologias ativas e desenvolvendo competências no fazer, o SENAI vem capacitando todo ano milhares de jovens para a indústria brasileira, um setor estratégico fundamental à nação, que não pode se limitar à exportação de produtos de origem primária (as commodities).

Em matéria de capa do jornal O GLOBO de domingo (04/07/2023), cuja manchete é: “BRASIL TEM RECORDE DE DESEMPREGO E DIFICULDADE DE CONTRATAR PROFISSIONAIS TÉCNICOS COM MÃO DE OBRA QUALIFICADA.” O Globo relata que o setor industrial segue com carência de profissionais técnicos realmente capacitados.
Segundo a reportagem, esse cenário de alta demanda de vagas e falta de mão de obra qualificada se estenderá para os próximos anos. Como exemplo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que faltarão 300 mil profissionais técnicos nos próximos dois anos, e isso se deve à falta de formação, que só deve chegar a 106 mil capacitados até 2023.

Fonte:

https://oglobo.globo.com/economia/emprego/apagao-de-mao-de-obra-desemprego-recorde-mas-empresas-nao-encontram-pessoal-qualificado-25089222

Nenhum comentário:

Postar um comentário